<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d12899881\x26blogName\x3dasa+de+papel+com+ch%C3%A1\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://agripinaroxo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://agripinaroxo.blogspot.com/\x26vt\x3d179176171134622958', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

28.12.05

19:20 - Saudade de um calor que sabia a amoras doces

Agripina Roxo. Árvore do sono. 2005.


Ela pensava nele. Pensava em como o seu sorriso a enchia de ternura, em como os seus braços grandes a adoravam, em como precisava da sua pele. Ela pensava nele. Pensava em telefonar-lhe, em pedi-lo. Ela pensava nele e continha-se.

Sentia uma vontade enorme de o tocar, uma vontade incontrolável de lhe beijar os beijos lentos, de se vestir com o seu odor perfumado a sonho e pintar-se com o seu azul moreno. De ser dele, de voltar a casa e sorrir, dizer Cheguei meu amor. Mas não podia, não podia amá-lo. Mais não, nunca mais e continha-se e continha-se ainda mais.

Pensou nele o dia todo até o encontrar num café qualquer, até lhe dizer com música no olhar – Estás aqui?! Pensei em ti, pensei em ligar-te. Estás bem? Estás sozinho? Pensou nele o dia todo até o encontrar num café qualquer, até ele lhe balbuciar com a suavidade do vento que o metro lhe tinha cheirado a ela, que ela estava bonita, que ela era bonita. Até ele lhe dizer com a suavidade do vento que tinha pressa e lhe ter dado um abraço e um beijo e mais um.

Ela ficou a pensá-lo ainda mais. Ficou com saudade. Saudade de um calor que sabia a amoras
doces, saudade da alegria dos olhos grandes que lhe embalava os gestos e lhe sussurrava segredos. Saudade de o amar e de lhe Ser com o corpo e o sangue. Saudade…

Quis então ligar-lhe novamente, novamente com mais força. Queria muito pedi-lo. Queria muito saboreá-lo, bebê-lo. Queria muito sorvê-lo, sorver toda a paixão que teimou em não morrer, em não adoecer. Quis então ligar-lhe novamente, novamente com mais força.
Queria muito a sua voz a percorrer-lhe o corpo, queria-o muito, queria-o tão simplesmente como um barco ao vento. (...)

| Permanent Link

21.12.05

13:34 - Dos peixes e dos tubarões, não sei voar.

Maggie taylor. Twilight swim. 2004.
.
.

| Permanent Link

16.12.05

02:23 - Sou uma bailarina triste

When She Was Here. Joe Sorren.
.
.
Um dia disseste que achavas piada quando eu punha um pé para cada lado. Que achavas piada quando eu ficava assim parada à espera do vento, à espera de uma coisa qualquer que sorrisse, de uma coisa qualquer sem nome. Eu sabia que nesses momentos me parecia com o Charlie Chaplin, mas tu disseste que não, tu disseste que eu me parecia com uma bailarina.
Só que as borboletas não dançam, disse-te. As borboletas voam, e nos teus braços eu era uma borboleta tonta, uma libelinha apaixonada.
Hoje sim, sou uma bailarina. Perdi as asas num qualquer dia de Inverno-cinza, num qualquer dia de amanhã. Não deixo de me parecer com o Charlie Chaplin porque tenho nos olhos a melancolia de quem ri em demasia, a melancolia de ser triste.
Mas danço. Um passo aqui, outro ali, e ups, um passo aqui, outro ali, e ups, um passo aqui, outro ali, e ups... Danço as folhas de Outono, abraço o frio e deixo-me ser pena. Deixo-me chorar as dores de existir e ups, um passo aqui, outro ali, e ups...

| Permanent Link

10.12.05

13:17 - E quando passar o nevoeiro

Franziskus Wendels. Dahlem I.
.
.
Há alturas em que a vida não traz nada de novo e só apetece fugir, fugir, fugir. Fugir de um passado mal redondo, de um corpo vazio, de uma memória ofegante.

Estávamos condenados desde o começo, só não percebo o porquê de termos existido. Só não percebo tanta coisa. Se ao menos a noite trouxesse o descanso, se ao menos a noite trouxesse o sonho que teima em fugir das minhas mãos, agora tão pequenas, tão vazias. E se me pudesses ser um cigarro?

Deixa-me fumar-te todo, deixa-me guardar-te o fumo para sempre. Que medonha estupidez. Isso foi o que aconteceu, não foi?! Sobrou-me o fumo entranhado no meu mais eu… Sobrou-me o teu cinzento a vestir-me os olhos cansados e a tua nicotina a adoçar-me o sangue.

Sabes, tu sabes, gosto de ti na mesma, e quando passar o nevoeiro um abraço atrás da porta. E quando passar o nevoeiro um beijo cor de nêspera, um sorriso a saber a mar. Sabes, tu sabes.

| Permanent Link

6.12.05

23:43 - A história da menina amarela

Angela Olguin. Yellow Woman.
.
.
.
Há muitos anos atrás, a mulher amarela que era ainda a menina amarela, foi ao zoomarine. Na entrada quiseram pousar sobre o seu ombro um papagaio gigante de muitas cores, como são todos os papagaios, mas a menina amarela teve muito medo e não quis. Depois a menina amarela teve medo das focas que davam beijinhos e de todos os animais que faziam coisas estranhas e falavam com ela outras línguas. A menina amarela era mesmo muito amarela e claro que na fotografia de família lá acabou por aparecer sem o papagaio ao ombro. Um dia a menina amarela cresceu e decidiu vingar esse fatídico dia. Já era então uma mulher, pesava 58 quilos e media um metro e sessenta e oito. Era Verão e a menina amarela estava muito bem disposta. Tinha ido ao circo e tomou uma decisão para toda a vida; tirar uma fotografia em cima da Nádia, “mulher elefanta” de grande pujança. Nem a fila interminável de crianças que se repartiam entre os póneis e a Nádia, nem o facto de terem sido preciso dois domadores a sentá-la em cima de tal monstruoso animal, a demoveram do seu intento. A menina amarela era agora uma mulher de coragem. Quando deixou a Nádia tinha as pernas a tremer e as bochechas rosadas. Na mão levava uma fotografia do momento, fotografia que guardou orgulhosa junto aquela outra.

| Permanent Link

2.12.05

12:55 - Tratas de mim por favor?

Ray Caesar. Studuy for silent whispers.
.

| Permanent Link

© Agripina Roxo 2005 - Powered for Blogger by Blogger Templates