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asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

30.6.06

17:00 - Hoje reguei as plantas

pate_reworked. Katy McQuillin. 2006.

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28.6.06

16:44 - Tenho exactamente seis anos

.....

i never need to worry again. Brian Royalty.


Descobri que hoje ainda não me vi ao espelho. Descobri que hoje tenho um pouco mais de barriga, um pouco menos de força. Descobri que a minha corcunda aumentou e que a elasticidade dos meus músculos se cansou. Hoje tenho exactamente 56 anos e não sei o que fazer com eles. Tenho exactamente seis anos.

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22.6.06

19:13 - E ser uma linha


Angela. Xenia Hausner. 2003.


Procuro-te ainda. Ainda nesta cama, ainda neste quarto de segredos, ainda nesta casa de cactos malvados.

E das janelas consigo ver-te ao longe, ainda com as margaridas. E ouço-te os passos e saboreio-te as mãos e percorro-te o corpo doce de tangerina azul. E sei-te sol, e sei-te corpo esguio por onde o meu se perde e contra perde.

E os lençóis conhecem-te o sal, e as paredes transpiram-te o cheiro, sabor de orquídea selvagem, de aloendro sempre em queda. E ir. Perder-me no calor moreno desse vulto sempre ausente, desse fundo tão sem fundo. E ser uma linha. Contorcer-me, dobrar-me e redobrar-me. Ser uma linha e desaparecer-me.

E ao longe um barco. E da tua voz rouxinóis. Da tua voz sempre rouxinóis.

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13.6.06

13:37 - Ela era as asas que dela brotavam

Amedeo Modigliani. Head of Young Woman. 1915
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Com a ânsia própria de quem saía da clausura, ela abraçava o infinito majestosamente. Abraçava-o em forma de sol que tão bem perpassava a janela que a sustinha, que tão bem lhe abrilhantava as ruborizadas maçãs do rosto e lhe adocicava os gestos tornando-os mel. Os seus libidos olhos de pérolas de damasco eram acariciados e cacau quente tomava-lhe o peito de meia-lua, lua inteira. A inquietude das águas, inclinava-lhe bem ao de leve a cabeça, como pólen tonto que lhe quebrava o jeito; e da sua boca, ameixa seca de vermelho pintada, saíam nus os pés, desnudados os passos. Ouviam-se amoras soltas e bebia-se nela todas as cores todos os matizes. Tocava-se com cuidado o aroma de café embebido em sonho e murmurava-se ininterruptamente o húmido calor das coisas. O trémulo ímpeto do beijo era escondido por entre dedos de sôfrego cabelo e as suas profusas mãos acolhidas pelo deambulante, sibilante vão das pernas. O corpo era assim papoila transfigurada, flor de ópio tornada vida. Era o roxo emancipado, segredo nefelibata. Ela era as asas que dela brotavam. Poema feito braços.

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9.6.06

01:07 - Fazer a lua

Mark Zirpel "Celestial/ Terrestrial"
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Fazer a lua : Hoje ao acordar / era arquitecto / Construí uma tão grande grua / que ao elevar nela um calhau / criei a lua
"Animais Antigos" João Habitualmente
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5.6.06

11:46 - O tempo é um moínho

Paul Klee, Red Balloon, 1922
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Sentada, absorta de uma realidade vã, perco a razão. Não quero mais nada. O brilho dos meus olhos esfumou-se no ar tépido desta cidade poluída de pesadelos. Não há sonho nem sentir. O espírito povoa-se de dor enquanto a desilusão se assola do meu eu. Caminho por paralelos soltos, tropeço na mais pequena formiga e desenho a muito custo um sorriso na minha cara triste. Só o esbocei. Estou cansada... o lápis pesa. Gostava de me diluir na chuva, penetrar a terra. Podia nascer em forma de flor, tão esférica que voasse como um balão até mais não e me levasse as penas para o amanhã longínquo. Não queria chorar, não queria cantar. Abria os braços como um pássaro a voar e atirava-me nua à terra. Estaria apenas a mergulhar, bem fundo, bem para dentro, tapar a minha cabeça, esconder-me de vergonhas. Dissecava depois o coração e com a força de um sopro abria um túnel até ao outro lado do mundo. Esquecer-me de quem sou.

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