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asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

22.11.06

01:56 - Uma história mais, entre tantas outras iguais à dela.

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mário I. vague VOGUE. 2005
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Ao longe, os sapatos vermelhos pediam o abraço, o carinho fugidio de um olhar ou de uma mão e os olhos esbugalhados confundiam-se no rosto de fim de tarde. Os seios saíam apressadamente do decote, enquanto as mãos os enxotavam com volúpia.
Não sei se era mulher. Sei muito pouco sobre as mulheres.
- Será que me pode arranjar um cigarrinho?
(Será que posso?)


Não se lembrava do nome. Muito pouca coisa havia da qual ela se conseguia lembrar.
Por exemplo, da laranjeira. Ela lembrava-se da laranjeira plantada no caminho para a escola. E lembrava-se também do único beijo que a mãe lhe dera, ainda em criança, ainda longe destas ruas e esquinas. Havia também um gato e um homem mau que a roubou e que cobriu a sua pele com a acidez dos homens.
Hoje não era mulher. Eu sei que não.
- Não me arranja lumes? Está cá um frio…

As rugas, excessivamente perdidas na maquilhagem, contavam a história de um cheiro. O cheiro dos homens desarrumado em quartos de pensão. A história do sabor azedo das constantes penetrações. Penetrações que agora lhe atormentavam os sonhos e admoestavam o corpo. E a história era só uma. Uma história mais, entre tantas outras iguais à dela.
- Será que a menina não tem lá por casa um casaquinho? Está tanto frio…


E as mãos gastas pela lixívia tocaram o meu braço que fugiu assustado. O cabelo seco pelos dias passados ao sol começou subitamente a cobrir-me os olhos de pesadelos. E eu tive medo. Medo do vermelho dos sapatos, ou do vermelho dos lábios que ainda perpetuava o beijo dos 15 anos. E o medo não é nada para quem não se lembra do nome. Talvez um fantasma muito baço, talvez um desenho desbotado, esquecido nas memórias de quem não chora.
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- Pode fugir menina, mas nos pés levará para sempre o vermelho dos sapatos. O vermelho dos sapatos. O vermelho dos sapatos... São eles que nos escolhem, menina! Os sapatos! Os sapatos. Os sapatos. Os sapatos... São os sapatos que nos escolhem.

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7.11.06

00:58 - Sobre a digestão e também o prolongamento

476

Björn H. 2006.

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I - Ando de um lado para o outro pela casa. De pé, sempre de pé. Procuro a luz, o calor, a inspiração divina num qualquer gole de água das pedras. Desespero.
II - Queria prolongar-me no papel. Fazer a digestão enquanto caminho sonambulamente. Pintar cores. III - Desejo que a noite não acabe e tenho uma vontade imensa de a prolongar pelo infinito. E hoje, especialmente hoje, tenho saudades das cores, do cheiro das tintas e das mãos sujas. IV - O porco olha para mim. Não sei o que ele quer. O porco é a minha saboneteira que à custa das circunstâncias foi destituída do seu lugar no quarto de banho. V - Tenho saudades da solidão. Estou cansada do barulho e das pessoas. Preciso de paz. Preciso de me prolongar. VI - No fundo, a arte, qualquer tipo de arte, não passa do prolongamento do artista. A criação não é senão o prolongamento do criador. VII - Estou cansada. Dói-me a barriga. Não fiz a digestão. O gás da água das pedras não ajuda. E ando pela casa. De pé, de um lado para o outro. VIII - Já me disseram que a solidão mata. Mas é a morte que traz a vida. IX - São quase três da manhã. Lá fora vai quase chovendo, cá dentro já se usa aquecedor. Dói-me a barriga. X - Gostaria de prolongar-me. XI - A arte não passa de um acto de amor. Um acto de amor não é senão um prolongamento de nós mesmos.

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