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asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

29.1.08

19:35 - Uma história

.....
Labokoff. eblouie 2. bruyere.



O senhor A. tem 84 anos. Fala pouco, cora com facilidade. Extremamente lúcido, ainda trabalha. Vive sozinho e é completamente independente. Trata da casa e assume todas as suas responsabilidades. Apesar de não ouvir muito bem, gosta de ir ao cinema. E tirando a sua alergia ao kiwi, não há nada de estranho que se lhe possa apontar. Vive sozinho há dez anos. A Dona Joaquina faz-lhe o almoço e vai limpando o pó. Aprendeu a mudar a cama e leva a roupa à lavandaria uma vez por semana.
Conheço-o desde pequenina, mas não me lembro da voz dele. Aliás nem me lembro de ele ser simpático. Nunca me deu chocolates, e à medida que fui crescendo habituei-me a vê-lo como alguém frio e distante. Era o senhor A. Hoje esse senhor não sabe, mas eu tenho por ele uma profunda admiração. Aprendeu aos 74 anos o que muita gente aos 20 não é capaz. E apesar de nunca o ver chorar, nem sorrir em demasia, já o ouço falar. E de vez em quando tenho o prazer de me enternecer com as suas histórias de menino.

- Quais foram os três momentos mais importantes da sua vida, pai?
- Ó…
- Diga lá.
- Sei lá, foram tantos.
- Mas diga!
- Ó…
- Posso adivinhar?
- Podes.
- Ore deixe cá ver... Quando casou, quando nasceu o primeiro filho e,
- Não!, quando nasceram todos.
- Está bem, mas o primeiro filho é sempre mais importante.
- Pode ser.
- E o último, quando inaugurou o edifício M.
- Ainda te lembras disso?
- Lembro.
- Foi realmente um dia muito importante, pensei que não te lembrasses, eras tão pequeno.
- Claro que sim, foi o primeiro edifico que o pai construiu.
- Pois foi.


- Sabes, desses todos que disseste falta o mais importante.
- Qual foi pai?
- O dia em que conheci a tua mãe. Foram 49 anos de casamento muito felizes. O teu avô não me queria deixar casar. Tive de esperar até ela fazer 18 anos para poder namorar, e quando fez 21 fui eu que bati o pé. Disse que já era maior de idade, que não a podia proibir.
- Se tivesse de fugir com a mãe, tinha tido coragem?
- Claro que sim.
- Isso é que foi namorar…
- A tua avó não nos deixava sair de frente de casa. Ia para a janela e depois ficava sempre muito preocupada quando não ouvia barulho.
- Mas valeu a pena?
- Se valeu, só tenho momentos felizes para me lembrar. A tua mãe foi uma grande companheira.


- Sabes, desses todos que disseste falta o mais importante. - Qual foi pai? - O dia em que conheci a tua mãe.

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19.1.08

21:36 - Sempre soube que eras azul

. Gabriel Pacheco

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14.1.08

22:52 - Teve um medo terrível que casasse, que fosse para sempre…

.....
Gabriel Pacheco





Sentir o peito nas suas costas, fazer dele a sua concha. Permitir que as saudades se tornem vida, caber dentro de si. Ninguém lhe abraça as costas, ninguém sabe como precisa desse abraço. “ e és tão bonito, meu menino de asas doces ”


Sabe-o casa, sabe-o calor, sabe-o sorriso. Respira-lhe a linguagem, percebe-lhe os suspiros e tem uma infinita saudade sua. Sabe que só ele lhe fecha os olhos nas palavras. Que só ele lhe segura a mão e que num enlace doce a leva para perto, para dentro de si.


“ vivo contigo em mim… e ás vezes, não sei viver…
como vai ser quando os olhos se abrirem e o momento ser a chuva? ”


E todos os dias a tropeçar no vazio, a acordar sobre o infinito dos sabores já perdidos, a trocar os olhos sozinha, nas passadeiras esquecidas.

Os passarinhos entendem-na. Sabem das saudades, sabem do homem que perdeu, das alegrias que a sua pele trazia, do calor que o seu olhar escondia. Sabem do homem que perdeu, das mãos pousadas no seu ventre, do abraço tão sem braços. E é a si que ele se dava nesse abraço. É a sua verdade que lhe desenha ainda as memórias, doces, tão doces e tão meigas as saudades de ser. Saudades de tofina no leite, de murmúrios nos ouvidos, de sonhos à janela.


“ quem disse que foi um sonho? Quem falou em fantasmas, em demónios?
obrigada… por me seres, revisitares e me sonhares. ”


Está aflita. Não sabe o que fazer a tanto amor, a tanta falta de ar e dores de barriga. Está triste, ao mesmo tempo triste. Triste de uma tristeza cheia, perdida… E não sabe. Não sabe como não lhe pertencer… é um prolongamento do seu ser, uma filha do seu amor.

No mais profundo do seu pesar, ser-lhe-á com a vida, esteja onde estiver amá-lo-á.


“ conheces-me tão bem que assusta… ” sabe-o casa, sabe-o calor, sabe-o sorriso… “ e ás vezes, não sei viver… ” Respira-lhe a linguagem, percebe-lhe os suspiros e tem uma infinita saudade sua. “ como vai ser quando os olhos se abrirem e o momento ser a chuva? ”


Teve um medo terrível que casasse, que fosse para sempre…


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8.1.08

23:32 - Assim ao mesmo tempo triste, triste de uma tristeza cheia, perdida...

...
.
...

.Joe Sorren. Portrait of the Devil and His Fingers.

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