A cidade é uma mulher triste de olhos sentados. É uma mulher esfomeada, surda de cansaço.
Sofre de uma dor sem fim, não segue o vento nem percorre o tempo. Reinventa ininterruptamente as mesmas ruas, as mesmas pessoas. Gasta os mesmos passeios, vomita os mesmos grunhidos.
Vítima de uma solidão adúltera, padece de uma promiscuidade seca. Estrangulada, sobrevive sem cor, alimentando-se de gemidos sem nome.
Veste-se de vermelho e asfixiada, morre de uma morte lenta.
A cidade é uma mulher escanzelada de olhos esbugalhados.
Depois há os passarinhos.
mais uma vez sobrevoei esta cidade!
sou um dos passarinhos.
bonito :)
ja tinha saudades desse ar fresco que por aqui se passeava :)
beijinhos