Agosto. Respira-se um calor seco e ouvem-se trovões de um tempo longínquo. Chove.
“Mulher de 51 anos, morre incinerada, vítima de uma forte trovoada que assolou a sua janela. Amigos e familiares acusam o tempo e inconformados (...)”
o limiar da realidade e da ficção é algo estranho, por um lado belo e fascinante, por outro, belo e horrível
Não posso deixar de me sentir arrepiada com este teu conto.
Quando comprei um carro tinha medo de ter um acidente. Em cada cruzamento esperava ouvir o CRASH BUMM PUMM.
Um certo dia ouvi CRASH BUMM PUMM e lá esta eu enfiada no carro da frente.
Comprei outro carro e nunca mais tive medo. Era mesmo só com aquele.
Só podes saber o que é a noite tendo sentido o brilho do dia.
ouço os trovões ao longe, mas sinto-os aproximar cada dia que passa.
também tenho medo que um dia atinga a minha janela.
os amigos da mulher número 8016537 referem que ela, antes de fechar os olhos pela última vez, pediu um desejo: enviar um beijo para a Agripina.