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asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

12.6.05

17:17 - Lambe-me as feridas, por favor

John Sumner. Picasso's Dog. 2002


Sou um cão sem cor. / Triste e sarnento, ninguém me quer perto, nem por perto. / Tenho mil doenças e carrego nos olhos o fardo da dor de ser triste. / Sofro de uma morte lenta que me deixa sem respirar e de uma solidão aguda que me gasta os pêlos e me cega a vista. / Já não ouço, já não como; engulo o que encontro enquanto fujo num desvario do que me rodeia. / Tropeço para o abismo, arrasto-me para a ínfima ausência de todas as coisas. / Queria não ter frio, queria que me lambessem as feridas...


Anonymous Anónimo

ela fujiu até ti... queria lamber-te as feridas, mas já não tinha saliva. Banhou-as, então, nas lágrimas de teus olhos tristes...
Secaram as lágrimas, brilharam os olhos... sararam as feridas.  

Anonymous Anónimo

...e vivo na pousada do fracasso, onde nao ha consolo nem elevador... e onde compartem quarto o desamparo e a humidade...  

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