- Não.
- Porque é que tu nunca comes?
- Porque não me apetece.
- Mas devias comer.
- Eu sei.
- Toma ao menos um anti gripal.
- Já te disse mil vezes que não tomo medicamentos.
- Pronto. Está bem. E um beijinho, queres um beijinho?
- Huuummmm… não sei…
- O quê?!
- Claro que quero. Muitos, muitos, muitos.
- Vá, vou trazer-te um caldinho e depois vemos juntos a telenovela. Hoje a Maria vai finalmente descobrir quem é o traste do marido.
- Pois, e o António vai dizer ao Sebastião que são irmãos.
- Não. Isso ainda não é hoje.
- Achas?!
- Claro. Não vês que o Sebastião hoje vai ser atropelado. E o António vai visitá-lo ao hospital mas não tem coragem de lhe contar.
- Como é que sabes isso tudo?
- Estava na revista.
- Ah, já me esquecia que tu lias essas coisas.
- Ora vê lá. Até parece que tu não lês.
- Pronto, não te chateies. Dá cá, mas é, mais um beijinho e vai lá buscar a sopinha. Bem quentinha!
- Pois, pois. Tu sabes é muito.
- O que é que disseste?
- Nada.
- Anda rápido! Já está a dar!
- Já vou homem! Tem calma que isso ainda é o de ontem.
- Vá senta-te aqui bem ao pé de mim.
- É só mimo, só mimo…
- És tão bonita.
- Não querias ver a telenovela?!
- És linda.
- Ai!
- Adoro esse teu narizinho arrebitado, e essa boquinha pequenina que faz biquinho quando amua.
- Oh…
- E essas bochechinhas que dá vontade de trincar.
- Eu também gosto muito da tua barriga. Agora cala-te e deixa-me ver.
- Até aprece que estou gordo.
- E não estás?
- Não. Se estou, tu também estás.
- Não estavas doente?!
- Estava.
- Ãn... Já te passou foi?
- Não!
- Então pronto. Deixa-me ver e está calado.
- Olha, está aqui um passarinho!
- Um passarinho?! Aonde?
- No teu ombro.
- Tu preocupas-me! Vais já tomar um Ilvico e não se fala mais nisso.
- Mas… era um passarinho…
estes dialogos, e principalmente quando são estabelecidos por pessoas de idade, são provas vivas do amor... penso que o amor é isto, ternura e amizade...
um beijo, e ainda bem que gostaste da foto
Qualquer forma de ternura é bonita...mesmo esta!!!!
Bj
há muito tempo que visito o teu blog e penso que nunca aqui escrevi. A forma como combinas imagens e texto deixam-me como que desarmada para um comentário. Hoje continuarei a não comentar de uma forma propriamente dita, apenas escrevo para dizer que aprecio muito as combinações que fazes. Parabéns
continuações...
gostei das fotos enquadradas nesta ternurenta história
:)
Lindo!
Por vezes sinto falta dessa ternura, não da Ternura em si que tenho da minha Inês
Intimista e muito aconchegado. A publicidade aos medicamentos dispensava-se. Só a aspirina tem direito a publicidade gratuita.