Ele gostava dela, gostava muito dela. Gostava de a ver de saia e de ficar parado a sorrir enquanto ela rodopiava, enquanto a saia dançava e o corpo era já a música de um toque.
Hoje ele encontrou-a, olhou-a ternamente, olhou-a como só ele a sabe olhar, olhou-a como só ela sabe que ele a olha. Aquela dor que aponta a culpa do adeus, aquela mágoa que ainda sussurra ao ouvido Meu Amor.
Ela tremeu, olhou o chão, não o queria ter visto. Hoje não. Não queria que a sua tristeza fosse descoberta e a sua solidão destapada. Não queria que ele lhe pressentisse na voz o arrependimento de um fim. Porquê?!
- Tens uns sapatos novos.
- Não são novos.
- São, são.
-Tu também, tens um cachecol novo.
- Sabes como é…
Ele continuou, triste, sozinho. Ela fugiu. Trazia as lágrimas bem atadas aos olhos para não fugirem e os pés envergonhados.
À noite, antes de endireitar a saia, ainda lhe disse:
- O casaco também é novo, fica-te bem. Estás tão magro, devias comer.
Mas ele não ouviu, já não estava lá, já não existia naquele quarto, naquela casa. Simplesmente já não existia…
Ela chorou. Lembrou-se do quanto ele gostava de a ver de saia, do quanto ele gostava de ficar parado a sorrir enquanto ela rodopiava, enquanto a saia dançava e o corpo era já a música de um toque.
- Em 2007 casamos?
Lindo como sempre!
Posso levar o meu mel ao casamento?
claro :) misturamos com chá e convidamos todos a provar
Acho que nunca te disse, mas eu não gosto de chá. E quando era pequeno tinha inveja de ver os meus irmãos a beberem chá nas tardes frias de inverno.
Acho que aqui encontrei uma outra forma de me aquecer...e de certa forma também é com chá :-)
a tua asa é doce. flap. vou continuar a voar com ela. flap. desculpa se a sujar sem querer de café. flap.
gostei especialmente destas linhas
"Não queria que a sua tristeza fosse descoberta e a sua solidão destapada."
a alegria é sempre mais importante do que a tristeza.
por vezes andam ambas tapadas, como se fossem irmãs gémeas.
irmãs gémeas falsas
não era para ser anónimo. não sei o que aconteceu
"sorry, desculpa sorri"
Em tempos pediste-me palavras e,nos entretantos, desapareceste...
Algures
entre palavras
uma flor que me acorda.
Sinto
que direi lirio
que direi rosa nardo.
Vai nascer um poema
com malvas nos cabelos
Mas do verso submerso
somente
a flor aflora.