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Um dia disseste que achavas piada quando eu punha um pé para cada lado. Que achavas piada quando eu ficava assim parada à espera do vento, à espera de uma coisa qualquer que sorrisse, de uma coisa qualquer sem nome. Eu sabia que nesses momentos me parecia com o Charlie Chaplin, mas tu disseste que não, tu disseste que eu me parecia com uma bailarina.
Só que as borboletas não dançam, disse-te. As borboletas voam, e nos teus braços eu era uma borboleta tonta, uma libelinha apaixonada.
Hoje sim, sou uma bailarina. Perdi as asas num qualquer dia de Inverno-cinza, num qualquer dia de amanhã. Não deixo de me parecer com o Charlie Chaplin porque tenho nos olhos a melancolia de quem ri em demasia, a melancolia de ser triste.
Mas danço. Um passo aqui, outro ali, e ups, um passo aqui, outro ali, e ups, um passo aqui, outro ali, e ups... Danço as folhas de Outono, abraço o frio e deixo-me ser pena. Deixo-me chorar as dores de existir e ups, um passo aqui, outro ali, e ups...
"porque tenho nos olhos a melancolia de quem ri em demasia"
Se soubesses como me revejo nesta frase...
afinal foi fácil cá chegar... não conhecia o blogue e acho que vou passar a ser visita regular
um beijo
vítor (opovoebomtipo)
já não vinha ao blogue há algum tempo... enches-me de tristeza (por minha culpa), orgulho e admiração... Es a melhor desenhadora de sentimentos que eu conheça... Sinceramente
Um beijo grande