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Venus de (with red tulips) and Venus de (with butterflies). Xenia Hausner.
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1.
Sou um poema mal escrito. Sou talvez um não poema, gatafunho cheio de pretensões.
2.
Às vezes choro. No fundo, não faço mais do que um amor dorido com a tinta azul do meu poema. Um amor tão dorido que acabo azul, tal como ele, que acabo sem forma e sem contorno. Talvez não seja um amor assim tão dorido. Talvez seja mais uma guerra, onde o vencedor se auto proclama vencedor depois de se engolir a si próprio. Onde o vencedor sou eu mesma, a própria que se rasga, que se violenta e se maltrata. Que se acaba num qualquer caixote de lixo, onde há sempre espaço para caroços de maçã, cera fria e embalagens de iogurte. Onde as flores foram mastigadas a saliva e os cadáveres de borboleta depurados.
3.
Quem disse que as pedras não choram? Não têm alma, nem respiram? Quem disse que as pedras não voam, não se contorcem de dor? Eu sei. Sei que as pedras têm menstruação e que podem dar filhos à luz. Sei tantas coisas sobre pedras…
4.
E não passo de um papel desabitado. Um papel mutilado, onde os agrafos sofrem de uma solidão estúpida e os alvéolos sufocam. E não me reciclem. Não me obriguem a regurgitar-me intacta, a vomitar-me em forma de poema, tão mal escrito, tão sem cor.
5.
Quem disse que as pedras choram? Quem disse que têm alma e se contorcem? Sou um fantasma ambulante, um passado convulso. Pinto-me de roxo e coloco base nos dentes. Não sou mulher, não sou papel, sou só um pouco mais de mim, ao fundo da rua… porque ao fundo da rua, há sempre um pouco mais de mim.
Ai Agripina, mais uma imagem fabulosa. O texto confesso que não percebi... Devo andar cansado!
Que viagem nas tuas palavras, volúpias, o instante de uma extinção imutável para a poesia.
Um convite no meu blog :-)
Beijos
tem tanto para contar,
...
se falassem....
:)
não me parece nem uma pedra, nem um papel, nem nada de inanimado...parece-me antes uma borboleta, azul ou de quantas cores quizer ser!!!
as telas chamaram-me a atenção para as palavras.