Com a ânsia própria de quem saía da clausura, ela abraçava o infinito majestosamente. Abraçava-o em forma de sol que tão bem perpassava a janela que a sustinha, que tão bem lhe abrilhantava as ruborizadas maçãs do rosto e lhe adocicava os gestos tornando-os mel. Os seus libidos olhos de pérolas de damasco eram acariciados e cacau quente tomava-lhe o peito de meia-lua, lua inteira. A inquietude das águas, inclinava-lhe bem ao de leve a cabeça, como pólen tonto que lhe quebrava o jeito; e da sua boca, ameixa seca de vermelho pintada, saíam nus os pés, desnudados os passos. Ouviam-se amoras soltas e bebia-se nela todas as cores todos os matizes. Tocava-se com cuidado o aroma de café embebido em sonho e murmurava-se ininterruptamente o húmido calor das coisas. O trémulo ímpeto do beijo era escondido por entre dedos de sôfrego cabelo e as suas profusas mãos acolhidas pelo deambulante, sibilante vão das pernas. O corpo era assim papoila transfigurada, flor de ópio tornada vida. Era o roxo emancipado, segredo nefelibata. Ela era as asas que dela brotavam. Poema feito braços.
ela era um espirito livre também...
Adocicado este teu texto...
Bj doce