Procuro-te ainda. Ainda nesta cama, ainda neste quarto de segredos, ainda nesta casa de cactos malvados.
E das janelas consigo ver-te ao longe, ainda com as margaridas. E ouço-te os passos e saboreio-te as mãos e percorro-te o corpo doce de tangerina azul. E sei-te sol, e sei-te corpo esguio por onde o meu se perde e contra perde.
E os lençóis conhecem-te o sal, e as paredes transpiram-te o cheiro, sabor de orquídea selvagem, de aloendro sempre em queda. E ir. Perder-me no calor moreno desse vulto sempre ausente, desse fundo tão sem fundo. E ser uma linha. Contorcer-me, dobrar-me e redobrar-me. Ser uma linha e desaparecer-me.
E ao longe um barco. E da tua voz rouxinóis. Da tua voz sempre rouxinóis.
o uqadro é fantástico...e o texto tb
Não manchem em sangues pelos cactos malvados as camas.
Parabens polo blog acabo de descubrilo e paréceme xenial.
Unha aperta.
:)
Agripina, parabéns pelo quadro.
Quanto ao resto....
Parece-me que estamos a ficar cansados!