<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d12899881\x26blogName\x3dasa+de+papel+com+ch%C3%A1\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://agripinaroxo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://agripinaroxo.blogspot.com/\x26vt\x3d179176171134622958', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

1.6.09

18:11 - Queres vir comigo?

Luísa Catita. Pipocas doces e com sal. 2008




Calor. Talvez um verão ou quase verão. Barulho. Um quase artesanato. Doces tradicionais, uma espécie de feira, uma espécie de festa.

Talvez luzes, talvez pipocas. Conversas ou quase conversas.

- Gostas deste?

- Como está?

- Anda daí!

- Está quieto!

- António!

- Três peças, cinco euros!

- E mais uma volta!

- Um lugar vazio! Ainda um lugar vazio! Quem arrisca?

- Sai daí Fernando!

- Não mexas!

- Sai sempre prémio! Sai sempre prémio!


E o cão que ladra, e o calor. O cheiro das pipocas, o algodão doce. A maçã do amor.
Os bolos tradicionais da dona Laurinda, e as luzes a apagar, a acender e a piscar, a apagar, a acender e a piscar, a apagar, a acender, e a piscar… E as luzes confusas na minha cabeça.

A mulher. Saltos altos, calças justas. Cabelo preto e um carrinho de bebé.
- Oh amore! Olha a branca more. A branca é que é, não é?
O homem, de costas voltado, encolhe os ombros e anda.
- Oh amore, já viste a branca? Tão linda...

O homem não ouve, não para. A mulher desiste. Segura no carrinho do bebé, continua.


Outro homem. Sozinho. Uma mesa branca. Gente parada. Óculos de sol.
- Ela deixou-me aquela filha da ... Pode experimentar. Fiquei muito mal. Mas já estou curado. Leve! Pode levar! Filha da … Deixou-me. Mas já estou curado! Foi uma filha da … Esses são a 10 euros. Fez-me muito mal. Mas já me curei. Pode levar! Pode levar tudo!
E as pessoas continuavam. E as pessoas paradas continuavam. Mexiam nos óculos, coçavam a cabeça, olhavam à volta. Levavam, experimentavam, mas não ouviam.
- Filha da … já me curei! Ouvistes?!, já me currrreeeeeiiiii…


“Não nos responsabilizamos por danos e perdas. Agradece-se que retirem objectos valiosos do bolso. Não usem cachecóis. Não se aconselha a menores de 10 anos, não se aconselha a alcoolizados, não se aconselha a pessoas com problemas psíquicos, não se aconselha a pessoas com problemas cardíacos, não se aconselha.”


A cabeça a girar, as pipocas a girar, as luzes a girar, e a banda a tocar. A banda filarmónica, no coreto, no carreto, não sei onde, em que parte da minha memória.

- Olha! A banda vai passar! Corre!
E eu corria, corria o mais que podia pelo corredor que não tinha fim, pela varanda, de corrimão preto. Um pé em cima da grade e a minha cabecita pendurada. Os bombos e os pratos. As trompetas e os trompetes. Era dia de festa, ou dia de ensaio. Sempre domingo de manhã, sempre antes do almoço. E a banda tocava, e eu espreitava por cima do corrimão. E os segundos sorriam-me os dias de calor.

- Mãe, a banda não parou. A banda foi muito rápida.
E os segundos entristeciam-se no corrimão preto da minha varanda.


Mas ontem era dia de festa, e havia rifas. Toda a gente sabe o que querem dizer rifas, e calor, e luzes e pipocas a girar.
.

- bchbchbch bchbch
- Olha ele está a vir.
- Sim, deve ter dono.
- É macio.
E mais uma mão, uma mão pequenina, tomou conta do gato.
- Gatinho, queres vir comigo?
E o pai virou costas, encolheu os ombros, e andou.
- Queres vir comigo?
A mãe não viu, a avó sorriu, deu três passos e parou.
O pai bufou. A mãe impacientou-se. A avó mancou.
- Anda dai! Deixa lá o bicho.

E nós parados. E nós confusos. E nós perdidos, entre o aqui e o que foi.
O gato, o menino, as luzes a piscar, as pipocas a girar.
E a cabeça confusa.

- Queres vir comigo?


Blogger Palhaço Voador

bem vinda de volta ;0)
beijo*  

Blogger A Coração

:)
Lindo demais.  

Enviar um comentário

© Agripina Roxo 2005 - Powered for Blogger by Blogger Templates