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asa de papel com chá

Apago as estrelas, já tão amarrotadas pelo traço da ilusão e no caminho da solidão, visto um pijama céu de jasmim. A minha vida é um desenho diluído em chá. Bebes? 

2.11.09

13:08 - Na morte, assusta-me o frio.

Roadkill. Mia friedrich. Untitled.


Desde que morri, sei muito pouco sobre mim. Não sei se me sinto ou se me toco, se tenho ainda corpo. Desde que morri, acordar é doloroso. O dia deixa-se adivinhar numa luz tosca, num frio visceral que toma conta de mim e me adormece os sentidos. Um frio que me embriaga de solidão e me acompanha aos tropeções pela aridez da solidão.

Agora sou sozinha. Durmo sozinha e acordo sozinha. Respiro, transpiro. Sou, sozinha o frio.
E o que mais sinto na morte é o frio. O que me assusta na morte é o frio. O que eu nunca lhe perdoarei é o frio.

Não sabia que na morte podia ter medo. Não sabia que podia sentir. Não sabia sequer que podia ter frio. E eu tenho frio, eu tenho muito frio. A vida torna-se medonha nesta minha morte. Nem sequer sei se consigo chorar. E vestir-me? Como se veste um corpo morto? Como se escolhem roupas que contam histórias que não podemos terminar? Como se atravessa rua? Para quê ou para quem? Como se sorri?, e já não tenho a quem pedir…

- Como se sorri? - grito.

- Como se sorri? Como se sorri? Como se sorri? - grito.
.
E o frio invade-me o corpo. E eu nunca lhe perdoarei o frio. Mesmo que de mim nasça outra, mesmo que o acordar deixe de ser doloroso, mesmo que o vento passe a ter nome e eu ganhe a sorte grande.
.
Nunca lhe perdoarei.
.
E eu nunca lhe perdoarei o frio que me assusta na morte. O vazio, o corpo desmembrado e a procura. Na morte, assustam-me as cores, a luz nos olhos, a palidez da pele. Na morte quero flores, quero cheiros, quero água, quero vida. Na morte não quero morrer, quero simplesmente morrer. E umas asas…



"Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva, temporariamente forte no Minho e Douro Litoral, passando gradualmente a regime de aguaceiros. Possibilidade de trovoadas na região Norte. Vento fraco a moderado (10 a 30 km/h) de sudoeste, tornando-se forte (35 a 55 km/h) com rajadas da ordem dos 80 km/h nas terras altas e rodando gradualmente para noroeste a partir da tarde. Neblina ou nevoeiro, dissipando-se durante a manhã."


Anonymous Anónimo

A mim, assusta a frieza das pessoas perante a vida, o calor das atitudes, o sol nos olhos alheios.
Isso mata.
É uma forma de fazer tremer o frio na pele de dentro.

Intenso teu texto. Profundo. Tocante.

Um abraço.

Katyuscia.  

Blogger A Coração

A mim, tudo na morte me assusta. Às vezes a vida pode ser mais fria do que morte.

Este texto morde-me por dentro.  

Blogger Graça

Para mim, que perdi há dias a minha mãe, é um texto muito doloroso de ler, o que só quer dizer que resulta de uma absorção funda da vida, como tudo o que escreves, aliás.

Bj  

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